Conquistou-me de uma maneira única, própria dele. Era incrível. Era terrível.
Foram noites felizes. Foram tardes confusas. Foram dias tristes.
Foi uma vida confusa. Minha vida, que era ele.
Eu era ele. Ele... era eu?
Eu queria ser dele. Ele não queria ser meu.
Será que vale a pena sentir saudades?
Tudo me fazia pensar nele. Eu contava até os segundos para ver seu sorriso.
Aquele sorriso... meu sorriso, mesmo que por poucos minutos.
Tomava posse de mim sem perceber. Sem que eu mesma notasse.
Quando dei por mim não tinha mais volta.
Disse-me adeus. Um adeus sem palavras, um adeus rasgando o peito... o meu peito.
Chorei calada. Ninguém entendeu a minha dor.
Dor profunda, dor de quem perdeu a alma, ou parte dela.
Paixão insana. Paixão insensível. Paixão ridícula.
Sem sentido.
Tudo aconteceu tão depressa. Foi como um tornado passando em minha varanda, chamando-me para girar com ele.
Dilacerou-me. Devastou-me. Arrancou-me o sorriso do peito.
Sorriso no rosto permaneceu, embora não como antes, para mascarar as lágrimas que teimavam em querer rolar face abaixo.
O tempo passou para mim e para ele.
Foi preciso esquecê-lo. Eu não queria isso, eu precisava disso!
O tempo mudou-me. Amadureceu-me a força.
Não o vejo mais. Não o sinto mais. Não lembro o seu rosto...
Lembro o seu beijo...
Não lembro o som da sua voz... Tudo mudou. Tudo!
E, apesar disso, depois de tanto tempo, ainda pergunto-me:
Será que vale a pena sentir saudades?
Adeus, você que não me sorri mais.
Relembrando o passado e pensando no futuro...